quarta-feira, outubro 04, 2006

A ruptura


Convidaste-me para tomar café
E eu fui ter contigo plena de fé
De que iríamos resolver os nossos problemas,
Conversar acerca dos teoremas
Mas, num tom grave e frio,
Atiraste-me sem pausas o teu discurso sombrio
E eu, incauta, fiquei atordoada
Como se tivesse sido abalroada
Pelo teu abrupto "Não te amo mais"
E pelo cruel "Não me procures jamais".
A nossa história acabou assim.
Para os meus sonhos e planos foi o fim.
Sei que nunca poderemos ser amigos.
Num instante tornámo-nos inimigos.
Partiste lançando-me um duro adeus
E eu fiquei me perguntando se há Deus.
Fiquei mais um pouco sentada.
Na verdade, estava totalmente aterrada.
No meu pensamento atropelavam-se recordações.
Dos nossos momentos bons fiz compilações.
Levantei-me e comecei a deambular pela ruas
Sentindo apenas cheiros e sabores de amarguras.
Ao chegar a casa, atirei-me para cima da cama
Mas mais parecia que estava deitada na lama.
Fechei os olhos não querendo nunca mais acordar.
É isso que se sente quando já não se pode conjugar o verbo amar.

5 comentários:

Unknown disse...

Porque é que será tão difícil conjugarmos o verbo amar?
Eu amo, ele não me ama... Ele ama-me, eu não o amo...
Não seria tão mais simples se cada metade se encontrasse, se houvesse de facto almas gémeas e alguma mão divina as guiasse, encaminhando-as precocemente uma para a outra?
Está maravilhoso o teu poema!
Beijo grande

Anónimo disse...

Olá! querida amiguinha Angela,bom dia! já tentei outras vezes postar comentário e não consegui, espero que agora consiga, estou adorando ler teus poemas.Parabéns!Obrigada pelo convite,bjus...

Luigi disse...

quando deambulamos na amargura e perguntamos que sentido dar às nossas vidasquando perdemos o amor. Que a vontade de amar não se confunda com um amor não correspondido. Procura um senindo começando por teres amor por ti mesma, acodar, e sorrir pois o mundo ainda é belo e ainda tens muito que descobrir :)

baci

Arauto da Ria disse...

Angela!
Voltei a reler tudo e afinal o comentário anterior está errado, os riscos que apresenta nos comentários levou-me a confundir a situação. Os meus são meus.
Afinal só um conselheiro está a mais e devia meter a viola no saco e marchar.
Não ligue e continue a escrever, pois é importante para todos nós que temos sensibilidade e gotamos de poesia.
Tinha que ter um defeito e eu sabia
mas ainda não tinha descoberto. Não se assuste, é só o seu clube.(risos)
Um beijo.
Nota: Não publique o anterior.

Maria P. disse...

Agradeço a visita à Casa de Maio.

Pleno de significado o teu espaço. Parabéns.