Ofélia, Salvador Dali
No clarear da aurora,
Nas brumas de outrora,
Ofélia afogou-se,
Ao rio entregou-se.
Tranquilos os dois,
Sem pensar no depois,
Deslizam sobre a vida
Numa entrega incontida.
Os teus cabelos espalhados,
Longos, loiros, deitados
Debaixo dos pinheiros do monte
Corriam como uma límpida fonte.
Como uma folha morta,
Tão serena e absorta,
O teu rosto tão pálido
Já não estava cálido.
E o teu branco vestido,
Molhado e indefinido,
Do teu corpo revelava a forma
Na transparente plataforma.
Ofélia assim partiste
E eu, só, fiquei triste.
A corrente te levou.
A água te purificou.
8 comentários:
adoro salvador dali,e adorei as tuas palavras...
beijo vagabundo
E que dizer??? Simplesmente lindo!
Hoje nem consigo poemar, pois disseste tudo
bjs doces... ok, na testa!
Um texto suave. Como as águas em que repousa o corpo de Ofélia. Muito bonito.
Que prodigiosa a tua inspiração, que te levou a escrever este poema maravilhoso! Está lindo! Já li e reli e não encontro palavras para te dizer o quanto está maravilhoso!
Já te disse hoje o quanto me orgulho de te conhecer?
Um beijo enorme, do tamanho do mundo!
Belo blog, gostei da poesia, voltarei mais vezes
Abraços
A tua poesia é tão suave, tão sublime , que tenho dificuldade em comentar
adorei
beijinhos
Que a água purifique todas as Ofélias contidas em toda mulher...
Maravilhoso como sempre querida
lindo dia flor
beijosssssssss
simplesmente lindo. beijocas
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