quinta-feira, novembro 30, 2006

Dor crónica


Taciturnas nevralgias
Irrompem desenfreadamente
Como sanguinolentas barreiras,
Desconexas e alienadas.
E essa tortura, dor crónica,
Agrilhoa todas as vontades,
Os suspiros e gritos
Nos ventos e nas águas.
O fogo afoga-se nessas penumbras,
Mórbidas e devoradoras,
Sanguessugas venenosas
Que paralisam e estancam
A fonte da liberdade.
A mente, assim, sucumbe lentamente.
O eu perde-se.
Inânime, ganha-se a mediocridade.

22 comentários:

Vício disse...

obriga a mente a criar asas, assim sobrevoará essas barreiras e o eu irá perder-se apenas nele próprio!
a mediocridade é caracteristica de quem não baixa as armas no campo de batalha por partir para a guerra derrotado por ele próprio...

Unknown disse...

Bela dissertação sobre a dor.
"O eu perde-se."
De facto está uma boa reflexão sobre o que se sente.
(Hoje não estou muito inspirada...)
Beijinhos!

OLHAR VAGABUNDO disse...

adorei estas palavras...palavras mais duras...
beijo vagabundo

p.s.como se poem musica no blog!?

Chellot disse...

As sombras teimam em envolvernos e sugar toda a luz de nossa alma. Tentamos lutar para dissipá-las e nos vemos cada vez mais no escuro. A saída é conhecê-la, saber sua origem, seu destino, seu ponto fraco e assim inverter o processo.

Beijos blues.

Plum disse...

Temos de combater as dores crónicas, fugir da mediocridade e nunca perder a liberdade!abraços e bom fim de semana!*

Ricardo Rayol disse...

Sua alma nunca será dominada pela dor e pela mediocridade. belo texto

Anónimo disse...

Desejo um óptimo fim de semana

Anónimo disse...

Desculpa esta intromissão.
No meu blog, tenho uns chapelinhos muito bonitos, nos quais podes estar interessada.
Vai lá ver e fala comigo!

Arauto da Ria disse...

Angela,
se eu não te conhecesse como poetisa, ficava preocupado como teu amigo, assim prefiro debruçar-me nos seis botões.
Seis porquê?!
Um beijo

Saramar disse...

Querida, voltei.

Que belo e forte poema!
Quanta dor, quanta!

beijos e saudades.

Daniele disse...

Querida Poetisa Angela,

Magistral sua forma de esboçar a dor...nesse frenesi de sentimentos !

Magistral !

Beijosssss,
Daniele

Luiz Carlos Reis disse...

Angela,

Um esboço criativo daquilo que chamamos prosa. Adorei tuas palavras, creio na veracidade daquilo que nos propomos à escrever. Bom, invadí teu "cantinho" e prometo sempre voltar. Aqui se tem muito bom gosto!

Amplexos e bom final de semana!

[[cleo]] disse...

Hoje senti uma certa revolta e tristeza...
A mediocridade não pode ganhar... não, jamais em tempo algum!

Beijo soprado

Al Berto disse...

Olá Angela:

Hoje nesta minha visita, para além de poder ter apreciado o teu belo poema, quero dizer-te que é para mim uma honra colocar-te como Blog da Semana no Estados Gerais.
É a melhor maneira de te dizer o quanto gosto do que fazes.
Tu mereces.

Um beijo,

Anónimo disse...

Tanta dor..
Que se curem rápido!
lindo final de semana,flor
beijossssssssss

Carlos Henriques disse...

Voltei...com o coração repleto de gratidão pelo carinho deixado no meu blog...ainda sem a capacidade de argumentar... mas se o indiana jones encontrou a arca da aliança eu voltei cheio de esperança. Obrigado.

Tino disse...

Até me falta o ar!! :) gostei da música e olha que combina na perfeição com o poema! :) Um beijinho grande para ti ***

Farinho disse...

Não sei o que comentar, fiquei um pouco baralhda, não é uma critica, sou eu que sou burra mesmo. rsrsrs

Beijocas.

Nilson Barcelli disse...

Essa dor crónica está a precisar de ser reciclada...
Gostei de ler e está bem escrito, apesar da "mediocridade".
Beijos.

Fragmentos Betty Martins disse...

Querida Angela

Como sempre amei o teu poema.

"Um pouco mais de sol – eu era brasa.
Um pouco mais de azul – eu era além.
Para atingir, faltou-me um golpe de asa...
Se ao menos eu permanecesse aquém".....

(M.S.C)

Beijinhos com carinho

João Filipe Ferreira disse...

um poema muito bom...e com uma forte atenção para algo que doi.
quanto aos meus poemas..bem...eu escrevo segundo o meu "lema"
o que o coração sente, a mente idealiza, e a visão capta..tudo tem um bocado de mim e outro bocado que pode ser de qualquer coisa...é uma mistura...não me sinto tão em baixo como nos ultimos textos meus:)
beijinho enorme POETISA

Anónimo disse...

É bem verdade o que dizes, a dor é um veículo insuportável, apanha-nos e desvirtua a mente e alma, mas como ela faz parte de cada um há que saber dominá-la até onde for possível... não nos podemos render a ela enquanto for possível lutar! Beijinho grande Ângela