segunda-feira, junho 04, 2007

Um aroma a amor


Um aroma a amor,
Uma essência de felicidade,
Um perfume de ternura
Embalam o meu coração solitário.
Desejos, que docemente sonho,
Tornariam a vida mais bela
E as minhas manhãs
Teriam um destino mais radioso
Com o teu amor, sem limites.
Uma fragrância de silêncio,
Algumas gotas de perguntas,
Um cheiro a dúvidas
Poderiam enevoar o meu olhar
E ainda assim a minha vida seria mais bela
E as manhãs seriam mais doces
Com o amor, sem limites,
Que faríamos pacientemente,
Estrela maior e mais quente que o sol,
Que jamais nos deixaria sentir frio.
Porque quero amar como respiro!
Porque quero amar ao infinito!
Porque quero inebriar-me de felicidade até à exaustão!
Porque só contigo é que é maior o amanhã do destino!

sexta-feira, junho 01, 2007

O nosso amor


Mil e um poemas,
Cantados por mil e uma vozes,
Jamais poderão glorificar
Aquele instante de eternidade
Em que tu e eu nos beijámos.
E, nem toda a humanidade,
Nas memórias da História,
Poderá proclamar
Que houve e haverá
Um amor maior do que o nosso!

quarta-feira, maio 30, 2007

Inebriados sentidos


Um coro de pétalas ardentes
Canta o perfume do amor
Que paira no ar deste quarto
Onde o leito, como tálamo aberto de papoila,
Se oferece, sedutoramente,
À degustação do doce pólen.
Nele, os nossos corpos nus
Inalam a incandescência do desejo
E, arrebatados de júbilo,
Mergulham na essência do prazer.
A volúpia da seda dos lençóis
Acaricia-nos a pele impetuosa
E o espelho extasiado
Celebra contornos entrelaçados.
Aqui, ofegantes de diluvial paixão,
Imergimos no luxuriante jardim
Dos inebriados sentidos.

segunda-feira, maio 28, 2007

Carícia sublime


A ti me entrego, nua,
Para que me vistas
Com a delicada seda
Das tuas mãos.
Deixo-me envolver o corpo
Com esse suave tecido,
Que fio a fio teces
Em ajustada peça.
Assim, a minha pele,
coberta, estremece
Ao sentir deslizar
A preciosa veste.
E se a tua seda desfio
Com as mãos minhas,
É para de novo a teceres
Em carícia sublime.

quinta-feira, maio 24, 2007

De ti parto, dissonante


Se de ti parto, dissonante,
Foi por tu não teres sabido escutar
A melodia do meu olhar
Que os teus acordes tanto ansiava.
Mas irregular era o compasso
Que deveria ritmar em consonância
O bailado das nossas emoções.
Perdemos a cadência
Talvez antes mesmo de nos tocar
E a mágoa que fica
Explode num tempo
Que se demorou
Em adágios solitários.
Lamento não me teres sabido amar,
Por isso, dissonante, de ti parto
Num solo triste do coração.

domingo, maio 20, 2007

Se eu fosse...




Mais um desafio... Mais um despir da alma!

Desta vez, é o meu amigo Suruka que me quer conhecer melhor. Então aqui estou eu!

Se fosse uma hora do dia, seria: 18 h, gosto dos finais de tarde

Se fosse um astro, seria : Sol, pelo seu calor

Se fosse uma direcção, seria : rumo a uma praia tropical deserta

Se fosse um móvel, seria : estante, cheia de livros e fotografias

Se fosse um líquido, seria : água, pura e refrescante

Se fosse um pecado, seria : luxúria, com muito amor

Se fosse uma pedra, seria: diamante, raro e precioso

Se fosse uma árvore, seria : amendoeira, em flor

Se fosse um fruto, seria : morango, docinho

Se fosse uma flor, seria : tulipa, graciosa

Se fosse um clima, seria : tropical, intenso

Se fosse um instrumento musical, seria : piano, o meu instrumento musical preferido

Se fosse um elemento, seria : água, imprescindível à vida

Se fosse uma cor, seria : azul, mar, céu, FCP

Se fosse um animal, seria : gato, pela sua meiguice e alma felina

Se fosse um som, seria: bater das ondas

Se fosse uma música, seria: live to tell, de Madonna

Se fosse um estilo musical, seria: pop

Se fosse um sentimento, seria: amor

Se fosse um livro, seria: Vai aonde te leva o coração, de Susanna Tamaro

Se fosse uma comida, seria : bacalhau à Zé de Pipo, adoro pratos de bacalhau

Se fosse um lugar, seria: praia de areia branca

Se fosse um gosto, seria: picante

Se fosse um cheiro, seria: maresia

Se fosse uma palavra,seria: amor

Se fosse um verbo, seria: sonhar

Se fosse um objecto, seria: leitor de CD's

Se fosse uma peça de roupa, seria: top

Se fosse uma parte do corpo,seria: boca

Se fosse uma expressão facial, seria: sorriso

Se fosse uma personagem de desenhos animados, seria: candy candy

Se fosse um filme, seria: Titanic, emociono-me sempre que o vejo

Se fosse uma forma, seria: círculo

Se fosse um número, seria: 17, dia em que nasci

Se fosse uma estação, seria: Verão, o ano inteiro

Se fosse uma frase, seria: a felicidade está nas tuas mãos

Agora é a minha vez de ser curiosa, por isso lanço este desafio a:

Um grande beijinho para todos. Desejo-vos um dia muito feliz!

terça-feira, maio 15, 2007

A poesia


Ela chegou devagar
Como uma frágil gota de orvalho,
Perdida no meio do nevoeiro
E que se aconchega
No seio da flor
Para não ser levada pelo vento.

Ela ficou no olhar
Como um terno sorriso de criança,
Puro reflexo da alma
E que livremente se solta
Num instante de eternidade
Para jamais ser levada da memória.

Ela deitou-se ao luar
Como uma mãe que vai dar à luz,
Dividida entre a dor e a alegria
E que só tem amor
No seu emocionado peito
Para receber a vida.

segunda-feira, abril 30, 2007

Con-sentidos


As palavras surgem
As palavras insurgem

As palavras dizem-se
As palavras contradizem-se

As palavras agradam-nos
As palavras degradam-nos

As palavras escrevem-se
As palavras subscrevem-se

As palavras correm
As palavras morrem

segunda-feira, abril 23, 2007

Não sei quando se apagou o sol


Não sei quando se apagou o sol
E se calou o vento
Na ombreira da estrada celeste,
Mas o palco não dançou mais
A canção alada,
Vibrante de constelações.
Silêncio. Só. Sem espaço. Vazio.
E tu que outrora seguraste
O cometa dourado
E o amaste.
Brilhaste infinitos,
Guardiões universais
Da aurora boreal
Encantada e doce.
Partiste-te por fim
Em quebrantos de tempo
Na galáxia escura
E caíste num buraco negro
Sem fundo.
Adeus meu amor imenso,
Estrela distante
Do meu extinto céu.

sexta-feira, abril 20, 2007

Tua ainda sou


A porta fechou
A chave escondeu
A estrada tomou
A casa esqueceu

Trilhos percorreu
Mares navegou
Dinheiro perdeu
E solas gastou

Para longe andou
Ouro procurou
Copos despejou
Corpos desnudou

Depois se lembrou
Para trás voltou
À tarde chegou
A chave buscou

A porta ele abriu
Ela o olhou
E feliz sorriu:
Tua ainda sou

quinta-feira, abril 19, 2007

Blogs que me fazem pensar


A minha querida amiga Vera Silva do blog Palavras Soltas indicou o meu cantinho como sendo um dos blogs que a fazem pensar. Vai-se lá saber porquê?... :-) Agora cabe-me a mim revelar quais são os cinco blogs que me fazem pensar. Confesso que não foi fácil fazer essa selecção porque há inúmeros cantinhos que gosto de visitar. Adoptei o critério de não nomear quem já recebeu o selo do prémio. É por essa razão que não vou indicar o blog da Vera que sigo desde o primeiro instante e que adoro e que na verdade me faz pensar em muitos aspectos da vida no que ela tem de bom e de menos bom. (Vera tu és mesmo especial!)


Sendo assim, os vencedores são:



  • Abrindo Janelas, blog da Saramar, porque me faz pensar em todas as matizes que o amor pode ter.


  • Blogildo, blog do Blogildo, porque me faz pensar acerca de variadíssimos temas tais como religião, filosofia, política...


  • Brincando com Palavras, blog da Clarinha, porque me faz pensar na riqueza da linguagem.


  • Estados Gerais, blog do José Alberto Mostardinha, porque me faz pensar acerca da actualidade nacional e internacional.


  • Pétalas Minhas, blog da Vera Carvalho, porque me faz pensar na beleza da poesia.

Aos cinco premiados cabe agora indicar os cinco blogs que vos fazem pensar e explicar a razão da vossa escolha. Devem colocar no vosso blog o selo do prémio.

Convido todos os que me lêem a visitar estes blogs porque, na minha opinião, são muito interessantes.

Aproveito este post para vos dizer que o problema com o ActiveX desapareceu e agora já posso visitar toda a gente! Todinha! :-) O meu computador é assim para o esquisito... Deve sair à dona...


Deixo um grande beijinho a todos. Gosto tanto de vos ver por cá!!!

sábado, abril 14, 2007

Noite infinita


Incensos incendeiam as minhas insónias,
Brumas no templo
Onde ressoam ecos de memórias.
Na penumbra fria,
Uma luz funérea dá vida ao pó
Rompendo os vitrais
De cenas que não se deixam esquecer.
Os círios que oferendo
Não me devolvem a tranquilidade perdida.
O milagre tarda
Talvez porque a minha devoção é bastarda.
A noite sepulcral
Tem a negrura do pecado persecutório.
A noite infinita
É o meu atormentado purgatório.

quarta-feira, abril 04, 2007

Liberdade ilusória


Folha que voas no céu,
Será esse o sabor da liberdade
Que o vento te deu,
Fazendo-te esquecer a debilidade
Provocada pela seiva que morreu?
Recordarás estes instantes de vertigem
Como a viagem para a origem.

Bandeira que ondulas no céu,
Será esse o sabor da liberdade
Que te faz sonhar ser vela de Bartolomeu,
Movida pela vontade
De descobrir um mundo só teu?
Relembrarás o mastro que te segura
Como a raiz da tua cultura.

Papagaio que rodopias no céu,
Será esse o sabor da liberdade
Que o fio rompido te devolveu,
Acreditando com veleidade
Que não é a corrente que te prendeu?
Pensarás nas mãos habilidosas
Que te guiaram pelas nuvens graciosas.

Tu que tens desejos fugazes,
A máscara dá-te o sabor da liberdade,
Interpretando personagens audazes,
Ausentes de sensibilidade
Mas cheias de apetites vorazes?
Verás que és papagaio, bandeira e folha
Que não soube fazer a melhor escolha.

terça-feira, abril 03, 2007

Desafio

A Sónia Farinho lançou-me um novo desafio. Assim, perante vós me confesso!

  1. Quem admiro: Madonna
  2. O que faço nas horas vagas: leio.
  3. Características que mais gosto em mim: simplicidade, sinceridade.
  4. Defeito: insegurança.
  5. O que não suporto nos outros: mentira.
  6. Um medo: solidão.
  7. Uma lembrança de infância: passar horas a brincar no quintal.
  8. Uma mania: precisar de silêncio absoluto para ler.
  9. Uma viagem inesquecível: Ilha da Madeira.
  10. Um homem famoso fisicamente bonito: José Mourinho.
  11. Livro de cabeceira: La Princesse de Clèves de Madame de La Fayette.
  12. A canção da minha vida: Live to Tell de Madonna.
  13. Sou péssima quando: acordo!
  14. Sou boa a: ouvir os outros.

E com mais algumas curiosidades desvendadas vos deixo.

Aproveito para informar que há vários blogs que não consigo visitar devido ao facto de pedirem para activar um controlo ActiveX. Não sei como remediar esta situação. Confesso que sinto muitas saudades de ler algumas pessoas...

Um grande beijinho para todos.

sexta-feira, março 30, 2007

Horas


Há horas em que dissipo as sombras
E estanco a dor.
Há horas em que me torno invencível
E exilo o medo.
Mas como poderia eu saber
Que haveria horas
Em que irias assombrar o meu ser
E que precisaria do teu sopro
Para vencer a minha solidão?

Há horas em que as notas soltam melodias
E as lágrimas se evaporam.
Há horas em que as águas são espelhos
E a lua, berço de sonhos.
Mas como poderia eu saber
Que haveria horas
Em que o caminho apagaria a luz das estrelas
Levadas pelo vento
E que as noites perderiam as pálpebras
Que guardavam o meu sono?

Há horas em que o meu pensamento desfalece
E se torna mármore sem veias.
Há horas em que já não sou deste mundo
E que nem de mim sou.
Pois como poderia eu saber
Que haveria horas
Em que precisaria da tua mão
Para manter o meu equilíbrio
E que precisaria das tuas palavras
Para não calar o meu coração?

segunda-feira, março 19, 2007

O tempo das perguntas


De tanto nos encontrar querermos,
Acabamos por mais nos perdermos.
E de só para nós próprios olhar,
Tornamo-nos frios como um glaciar.

De tanto querer os "porquês" procurar,
Acabamos por os "como" encontrar;
Como pude fazer isto ou aquilo
Na torrente do tormento intranquilo.

Como um desejo de alienamento,
De volatização do pensamento,
Ao silêncio, abandono-me.

Se o tempo é templo da vida e da morte,
Entretanto esqueci que ele é meu consorte.
Em silêncio, abandono-me.

sexta-feira, março 16, 2007

Pudesse eu


Pudesse eu não te mostrar
O quanto te amo...
O brilho dos meus olhos apagar
Quando te vejo,
O arrepio da minha pele disfarçar
Ao sentir o teu beijo.

Pudesse eu dizer não
Ao teu e ao meu desejo.
Calar o bater do coração
Vendo teu corpo nu sem pejo.
Esconder os sinais de emoção
Perante o teu cortejo.

Pudesse eu não te dar a certeza
Que sem ti não posso viver,
Que da minha fortaleza
O único rei irás ser.
Pudesse eu não ter a franqueza
De afirmar que por ti posso morrer.

quarta-feira, março 14, 2007

Anjo falhado


Sem asas, caí do céu
E na terra tive de caminhar.
Cruel destino o meu
Que já não me permite voar.

Cada passo é uma pena pesada
Neste labirinto escuro.
Sou uma pobre alma penada
E nem a vida, nem a morte procuro.

Não consigo avistar o horizonte,
Nem uma réstea de ilusão tenho.
Da esperança secou a fonte.
Em mim, só o vazio contenho.

Ó Deus, sou um anjo falhado!
Nem em mim soube acreditar.
Sou um sonho humilhado
E nem Tu me podes salvar.

terça-feira, março 13, 2007

Desafio 7

Depois da minha amiga Farinho me ter desafiado, a minha alminha Vera volta a insistir no mesmo desafio não me dando assim a hipótese de me fazer de esquecida... Então, a custo, aqui vai:

7 coisas que faço muito bem:

- francesinhas;
- feijão preto;
- amor;
- ouvir as pessoas;
- conduzir;
- brincar com a minha filhota;
- sudoku.

7 coisas que detesto:

- mentira;
- traição;
- ser ignorada;
- chicos-espertos;
- fumo do tabaco;
- chuva;
- favas.

7 coisas que me atraem no sexo oposto:

- inteligência;
- sentido de humor;
- sensibilidade;
- compreensão;
- honestidade;
- carinho;
- bom amante.

7 coisas que costumo dizer:

- amor (seguido de qualquer sinal de pontuação);
- Inês, não sejas teimosa!;
- a Inês é tão safada!...;
- porra p'ra isto!;
- enfim...;
- pois, pois!...;
- este pc é tão lento!!!.

Se tiveram paciência para chegar aqui, ficaram a saber um pouco mais de mim.
Aproveito para agradecer a todos os que têm também paciência para ler os meus versos e a todos que simpaticamente deixam comentário. É muito bom sentir a vossa presença!
Um grande beijinho para todos.

sexta-feira, março 09, 2007

Paraíso perdido


Que a serpente seja maldita
Pois é a causa da nossa desdita.
Para longe, atira-a!
Com força, pisa-a!
No chão, fica, desgraçada;
Pelos vermes, despedaçada!
Que nada de ti sobre
Pois nada tens de nobre!
O Éden nos retiraste.
A vida eterna nos roubaste.
Não quero mais saber de ti.
No mais fundo de mim te destruí.

A natureza tem armadilhas
Que do pecado são as filhas.
Tão fácil é a tentação!
Tão venenosa é a ilusão!

quarta-feira, março 07, 2007

Quando acordares


Quando acordares,
Quero que saibas
Que o raio de sol
Que calorosamente trespassa a tua janela branca
Sou eu;
Que a ave
Que alegremente canta no ramo verde
Sou eu;
Que a flor
Que delicadamente abre as suas pétalas vermelhas
Sou eu.

Quando acordares,
Quero que saibas
Que sempre estive a teu lado
Mesmo que não saibas
Que sou eu.

segunda-feira, março 05, 2007

Rota de colisão


Em rota de colisão,
Quando nos encontrámos,
Tememos a explosão
À qual nos entregámos.
Com palavras de afinidade,
Cresceu a nossa amizade
Mas com o tempo a afeição
Deu lugar a outra sensação.
Hoje desejas nunca me ter conhecido.
Cortei as tuas veias na sedução.
Querias antes ter adormecido
Em vez de estares nesta situação.
Sucumbiste aos meus encantos.
Tua alma perdeu-se nos recantos
Do desejo que eu agora te nego.
Ficaste incontrolavelmente cego.
Neste doce jogo de brincar com chamas,
Até chegaste a acreditar que me amas.

quinta-feira, março 01, 2007

Teia de versos


Teço neste espaço
- liberdade -
As palavras de um poema
Onde gotículas de orvalho
- magia -
Ganharão mil cores
Ao toque dos raios de Sol
- luz -
Fazendo emergir a beleza
Delicada dos reflexos
- sensibilidade -
Da teia de versos
Que o vento balança.

terça-feira, fevereiro 27, 2007

A viagem


Decidi partir para outros mares de sonhos
Numa nau ou numa jangada - nem sei.
Quis afastar os tormentos mais medonhos.
O medo esqueci; a apatia atraiçoei.

Nas vagas dos desejos procurei
A ilha da felicidade - meu paraíso.
Divaguei, vagueei e encontrei
Sombras coloridas; nunca um sorriso.

Cansada e desiludida hesitei.
Por instantes vi-me a naufragar.
A esperança falou-me; não desanimei.
A embarcação resistiu - meu destino vou alcançar!

sexta-feira, fevereiro 23, 2007

Hoje sou

Hoje sou artista de circo.
Sem aplausos petrifico.
Da corda bamba sou funâmbula.
Da vida, malabarista sonâmbula.
Sou trapezista do amor.
Sem rede, caio e sinto a dor.
Sou saltimbanco em busca de equilíbrio.
Apaguem as luzes! Descubram meu brilho!

Hoje sou de poemas escritora.
A tinta da caneta é libertadora.
Sou feliz na minha nebulosa estética.
Esqueço-me até que sou amnésica.
Metáforas, hipérboles ou eufemismos
Poetizam os meus cinismos.
Leiam-me nas entrelinhas!
Os meus versos são adivinhas!

Hoje sou de cabaré bailarina,
Meio anjo, meio libertina.
Ondulo em inocente sensualidade
Com plumas e brilhos que enganam a idade.
No palco iludo a esquizofrenia
Na minha ensaiada coreografia.
O espectáculo tem de continuar!
Dancem comigo! Venham me amar!

quinta-feira, fevereiro 22, 2007

Novo Carnaval


É nos teus olhos
Que descobri a magia do Carnaval
E os confetes e as serpentinas,
Outrora meros pedaços de papel,
Metamorfosearam-se em pérolas coloridas
E rasto de estrelas cadentes.
As máscaras e os fatos dos foliões
Rodopiaram com contagiante alegria
Vendo-te correr no meio deles
Com o teu ofuscante sorriso.
E tu dançaste e bateste palmas
Ao ritmo da calorosa música
E da tua efusiva felicidade,
Rainha do brilho do cortejo festivo.
E é assim nos teus olhos
Que redefino o meu mundo,
Numa folia sem máscaras,
Numa fantasia pura de criança.

quinta-feira, fevereiro 15, 2007

A cumplicidade


O amor são as palavras que também não digo
E que guardo neste meu coração mendigo,
Que bate nas pulsações do teu respirar,
Na profusão do teu amor como ondas do mar.

Neste silêncio arrebatado, barco de emoções,
Torno-me espelho do teu olhar; explosões
Fulminantes de paixão invadem o pensamento.
Quero sentir-te na intensidade do momento.

Nesta partilha de sentires é que fala o amor
Em toda a sua pureza e verdadeiro fervor.
Proclamo, na linguagem universal, a felicidade.
A voz do nós ergue-se - melodiosa cumplicidade.