sexta-feira, setembro 29, 2006

A multidão


Na multidão,
Por vezes parece maior a nossa solidão.

Cruzamo-nos sem nos ver,
Tocamo-nos sem sentir,
E se um de nós desaparecer,
Ninguém se preocupará em conferir.

Na multidão,
Por vezes parece maior a nossa exaltação.

Atropelamo-nos sem parar,
Ofendemo-nos sem perceber,
E se um de nós começar a gritar,
Todos, o mais forte, quererão ser.

Na multidão,
Deveria ser maior a nossa união.

Respeitarmo-nos sem julgar,
Conhecermo-nos sem esconder,
E se um de nós tropeçar,
Todos, em solidariedade, ajudá-lo a se erguer.

4 comentários:

Anónimo disse...

Simplesmente lindo, maravilhoso belissimo e divinal , e mais não sei dizer.
Beijinho..tics

venus disse...

no meu blog tenho um texto que fala precisamente deste sentimento de solidão. a solidão não implica estar só, por vezes a dor, o sofrimento, a falta de amor conduz a um vazio interior que, mesmo no meio da multidão, nos faz sentir sós...
beijos

Anónimo disse...

Sim... na multidão é que deveria ser maior nossa união. Mas quanto maior o número, menor o comprometimento com o outro...
Bjs e lindo fds!!

Arauto da Ria disse...

Angela:
Vale a pena lutar contra a solidão
no meio da multidão, já lá vai o tempo em que as pessoas se saúdavam ao cruzarem-se.Hoje somos seres tão egoistas que poucos se dão ao cuidado, de levantar uma pessoa caída, ou mesmo ajudar um invisual a passar um obstáculo.
Com tanto egoísmo a sociedade está a tornar-se insuportável e bafienta.O semelhante é um ser para a maior parte menos importante que um cão, pois a estes,se forem do agrado, ainda fazem uma festa ou esboçam um gesto de carinho.Se calhar estes merecm mais que muitas pessoas.
O seu poema está lindo e sofredor.
Um beijo.