
Convidaste-me para tomar café
E eu fui ter contigo plena de fé
De que iríamos resolver os nossos problemas,
Conversar acerca dos teoremas
Mas, num tom grave e frio,
Atiraste-me sem pausas o teu discurso sombrio
E eu, incauta, fiquei atordoada
Como se tivesse sido abalroada
Pelo teu abrupto "Não te amo mais"
E pelo cruel "Não me procures jamais".
A nossa história acabou assim.
Para os meus sonhos e planos foi o fim.
Sei que nunca poderemos ser amigos.
Num instante tornámo-nos inimigos.
Partiste lançando-me um duro adeus
E eu fiquei me perguntando se há Deus.
Fiquei mais um pouco sentada.
Na verdade, estava totalmente aterrada.
No meu pensamento atropelavam-se recordações.
Dos nossos momentos bons fiz compilações.
Levantei-me e comecei a deambular pela ruas
Sentindo apenas cheiros e sabores de amarguras.
Ao chegar a casa, atirei-me para cima da cama
Mas mais parecia que estava deitada na lama.
Fechei os olhos não querendo nunca mais acordar.
É isso que se sente quando já não se pode conjugar o verbo amar.