terça-feira, outubro 24, 2006

O tempo


Os dias passam devagar.
Ao destino me vou entregar.
De que serve eu lutar
Se um dia tudo vai acabar?

Tento agarrar-me a alguma paixão,
Algo que me desperte a atenção,
Mas tudo escoa do meu coração
Por um buraco chamado desolação.

Por isso, se me quiseres amar,
Tens de depressa tudo aproveitar
Porque em breve me vou esvaziar,
Às sombras me vou entregar.

E quando vires este corpo sem emoção,
Pálido, gelado, despojado na abnegação,
Lembra-te que depressa os vermes virão
Para se alimentarem da sua condição.

17 comentários:

Anónimo disse...

as tuas pelavras continuam maravilhosas cm sempre é um prazer ler te
bjinhos

£ou¢o Ðe £Î§ßoa disse...

Ora... ora...
Verme??

Quando voltar quero ver-te borboleta!!

Até outro instante...
Kiss

Unknown disse...

A vida passa a correr a que aproveitar enquanto se pode, tristes aqueles que podêm e não o fazêm...

Daniele disse...

Angela,
Mais um belíssimo Poema,
O Tempo , o tempo é o senhor de todas as coisas, o tempo urge, mister é que façamos acontecer a cada minuto, porque o Agora não é mais Agora.!
Beijos,
Daniele.

Plum disse...

Temos de andar sempre à frente do tempo!adorei as tuas palavras!***

Anónimo disse...

Muito triste esses versos..
Viver intensamente sempre,essa é a lição!
linda semana flor
beijossssssssssss

Unknown disse...

Que poema triste, mas lindo, como sempre.
Faz-me pensar no tempo, que nunca pára um segundo e da forma como por vezes o desperdiçamos com futilidades, não vendo que o mais importante de tudo é o Amor!
Beijinhos enormes! E muito tempo para ti!

Defensor disse...

Esse poema é dos meus. Gostei dessa sua linha. Aliás você, pelo jeito, é muito boa pra escrever em todos os estilos. E já que gostastes do Augusto dos Anjos, vai outro dele:

Psicologia de um vencido

Eu, filho do carbono e do amoníaco,
Monstro de escuridão e rutilância,
Sofro, desde a epigênese da infância,
A influência má dos signos do zodíaco.

Profundissimamente hipocondríaco,
Este ambiente me causa repugnância...
Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia
Que se escapa da boca de um cardíaco.

Já o verme - este operário das ruínas -
Que o sangue podre das carnificinas
Come, e á vida em geral declara guerra,

Anda a espreitar meus olhos para roê-los,
E há de deixar-me apenas os cabelos,
Na frialdade inorgânica da terra!

Abraços

DE-PROPOSITO disse...

oLÁ.
Um poema que se poderá definir como o diário de uma vida, diário esse que só começou a ser escrito na adolescência. O alerta final, é uma consequencia da própria existência, ninguém o consegue evitar.
Fica bem.
Um beijinho para ti.
Manuel

vf disse...

Entre a morte e a vida, de um lado e do outro lado do espelho caminhando pelo túnel do tempo. Poema profundo que perfura a alma de quem está a ler cada letra, de cada palavra, de cada frase, de cada verso, de cada instante que passa por um momento da nossa vida que um dia termina sem saber que terminou.
O amar tempo não perde, o amar vive na sua forma intemporal por se encontrar no coração da alma que nos agarra até ao consumir da luz pela noite dentro, até ao consumir da escuridão pelo dia dentro.
Não se deve perder tempo, porque do tempo perdido jamais será recuperado, apenas pertencerá a uma recordação como de um dia de chuva que passa, ouvido a sua melodia.
Lindo este poema que vibra!
Marco António

Nilson Barcelli disse...

Devemos lutar... e não nos prostarmos sem emoção.
O teu poema é de um desânimo que urge combater. A vida é bela Ângela, está cheia de oportunidades a cada esquina. Basta saber olhar...
Continua a escrever, muito.
Beijos.

Carlos Henriques disse...

Fico sempre com a lágrima no canto do olho quando te leio.
Triste mas lindo.

**beijos**

Anónimo disse...

Não tenho medo do amor, tampouco da morte. Assim, a vida parece-me mais leve e apaixonante...
Seus escritos me fazem viajar por lugares fantásticos!! A forma como brinca com as palavras deixa-as ainda mais belas!!
Obrigada pela dica. Baixei a música. É realmente fascinante... [a de hoje eu conheço... rsrs]
E obrigada tbm pelo carinho dispensado à mim...
Bjs e até breve!!

Anónimo disse...

E não é que eu viciei em "Drive You Home"?
Porque sou daquelas que ouve mil vezes a mesma música...
É tão linda...
Bjs

OLHAR VAGABUNDO disse...

ja dizia a patti smith"because the night belong to lovers.."
beijo vagabundo

mnemosyne disse...

O tempo...esse arauto da morte e paladino do amor e da paixão. Pujantes as tuas palavras que deixam transparecer esse teu ávido sentir :) Um beijo sereno

Maria disse...

Ora, ora...então não sou só eu que ando nostálgica, que passa meu anjo?
São só desabafos da alma, eu espero!

Lindo da primeira á última estrofe.

Beijo grande

FF